"ME INSPIRO EM PESSOAS
QUE OUSAM FAZER O NOVO,
ALGO DIFERENTE.
PESSOAS QUE MARCAM
SUA ÉPOCA."
Henrique Perrone, também conhecido como Ogro, tem paixão por modelar a mão reflete em cada prancha que ele faz, a busca da harmonia na conexão homem-prancha-oceano.
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Depois de morar na Austrália, Nova Zelândia e França, Ogro se formou em trabalhos de carpintaria e aprofundou-se no estudo das formas e da cultura soul surf. Fundou a Ogro Surfboards, pioneira na produção de réplicas artesanais de pranchas históricas no Brasil. Suas pranchas foram testadas por campeões mundiais como Joel Tudor e Tom Curren.
Começei a surfar aos 13 anos, por influência do meu irmão mais velho. Ele me deu a prancha velha dele, uma Pirata [Surfboards]. Nessa época, geralmente íamos pra Torres (RS) e Barrinha (SC). Depois de um tempo, cortei a quilha traseira dela pra ver como seria surfar de biquilha, aí já surgia meu interesse em shapes diferentes.
Rodrigo Hill
Quando acabei o ensino médio fui morar na Austrália com meu irmão e um amigo. Lá encontrava e recolhia muitas pranchas antigas no lixo, vi vários shapes de caras como Simon Anderson, Wayne Lynch, Terry Fitzgerald, LSD Lahaina Surfing Designs, do lendário shaper havaiano Dick Brewer, Warner, entre outros. Então, certa vez encontrei uma prancha de windsurfe, descasquei e tentei shapear uma biquilha, o que não deu muito certo. Ainda assim, montei um quiver com diversas pranchas antigas. Duas monoquilhas, uma biquilha e uma triquilha. Quando voltei ao Brasil, após dois anos lá, decidi fazer o curso de shape com o Henry Lelot no Rio de Janeiro. Então, voltei para Porto Alegre e fiz uma monoquilha diamond tail para um amigo. Ficamos 7 horas fazendo a prancha e bebendo vinho juntos. Depois disso, fiz uma para mim e outra para o meu irmão, e aí o interesse das pessoas ao meu redor foi crescendo.
Rodrigo Hill
@paulozl
Eu acho que as ondas do Brasil combinam muito com esse tipo de prancha, fishes, eggs, pranchas com mais área e mais flutuação. Tem os dias que é preciso usar uma prancha mais fina, de performance, numa onda mais rápida e forte, porém, na grande maioria dos dias são ondas que combinam com pranchas alternativas.
Uma prova disso é a quantidade de gente usando fishes, ou até triquilhas com bicos mais largos etc. Com onda ou sem, o importante é que o brasileiro está usando vários tipos de prancha, isso eu acho muito valioso para o surfista, experimentar vários tipos de rabeta, combinações etc. Antes isso era mais comum lá fora, mas agora, com o acesso a informação e a renda maior, o brasileiro está testando mais opções.
Me inspiro em pessoas que ousam fazer o novo, algo diferente. Pessoas que marcaram sua época, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Caras como Rico [de Souza], Tito Rosemberg, Homero [Naldinho], Wanderbilt, [Felipe] Siebert, Gerry Lopez, Dick Brewer, Michael Peterson, Owl Chapman, Skip Frye, Hobbie, Terry Martin, Barland, entre outros.